A prática da Quaresma

24/02/2013 15:00

Durantes estes quarenta dias os cristãos se unem intimamente aos sofrimentos e à morte do Divino Salvador, afim de ressuscitarem com Ele para uma vida nova a partir das grandes solenidades pascais.

Nos primórdios do cristianismo esta ideia fundamental achava sua aplicação no Batismo dos catecúmenos e na reconciliação dos penitentes. Por toda a liturgia da Quaresma, a Igreja instruía os pagãos que se preparavam para o Batismo. No sábado santo mergulhava-os nas fontes batismais, de onde saiam para uma vida nova, como Cristo do túmulo. Por sua vez os fiéis, gravemente culpados, deviam fazer penitência pública e cobrir-se de cinzas (Quarta-feira de cinzas), para acharem uma vida nova em Jesus Cristo. Convém reparar nestes dois elementos para compreender a liturgia da Quaresma e a escolha de muitos textos sagrados!

São Leão Magno, no século V, dirigiu ao povo estas palavras em relação a liturgia da Quaresma: “Sem dúvida, os cristãos nunca deveriam perder de vista estes grandes Mistérios… porém esta virtude é de poucos. É preciso contudo que os Cristãos sacudam a poeira do mundo. A sabedoria divina estabeleceu este tempo propício de quarenta dias, afim de que nossas almas se pudessem purificar, e por meio de boas obras e jejuns, expiassem as faltas de outros tempos. Inúteis seriam porém, os nossos jejuns, se neste tempo os nossos corações não se despregassem do pecado!”

Devemos acolher essas palavras como se estivéssemos iniciando um retiro. Com efeito a Quaresma é o grande retiro anual de toda a família cristã, sob a direção maternal e segundo o método da Santa Igreja. Este retiro terminará pela confissão e comunhão de todos os seus filhos, associados assim, realmente à Ressurreição do Divino Mestre, e ressurgindo por sua vez a uma vida nova!

Jesus Cristo no deserto fazendo Penitência